Dia Nacional da Baiana do Acarajé

 

Hoje (25) é comemorado o Dia Nacional da Baiana de Acarajé, data que homenageia a importância histórica e cultural da figura da baiana do acarajé, que se dedica na produção e venda dessa iguaria típica da Bahia.

A data simboliza o reconhecimento da importância do legado dos ancestrais africanos no processo histórico de formação de nossa sociedade e do valor patrimonial de complexo universal cultural.

A profissão de baiana de acarajé foi regularizada através de um decreto da lei municipal de Salvador n° 12.175/1998. De acordo com levantamento da Associação das Baianas de Acarajé (ABAM) existem aproximadamente 3.500 baianas cadastradas, que vendem a iguaria pelo Estado.

Um pouco da História

No início, todas as pessoas que produziam e comercializavam o acarajé eram iniciadas no candomblé, numa prática restrita a mulheres, em geral Filhas de Santo dedicadas ao culto de Xangô e Oiá (Iansã). Para cumprir suas “obrigações” com os orixás, durante o período colonial, as negras libertas ou negras de ganho preparavam os quitutes e saíam às ruas de noite para vendê-los, dando origem a esse costume. Até hoje, a grande maioria das baianas vai para a rua só a partir das 17h.

Predominantemente feminina, toda regra tem suas exceções, muitas baianas não tiveram filha mulher, mas sim homem, e os filhos seguiram os passos da mãe, já que essa é uma profissão familiar. O ponto da baiana então não se pode vender para uma outra pessoa, sendo passado de mãe para filha. Hoje em dia, também não é uma regra que sejam pessoas do candomblé. A baiana pode até ser de outra religião, desde que ela respeite a tradição e que ela siga o decreto do IPHAN, onde a baiana deve estar na rua de bata, saia e torço e o tabuleiro tem que estar organizado. Também são liberados pela vigilância sanitária os fios de contas e os brincos.

Indumentária e Tabuleiro

São muitos os caminhos para melhor conhecer os valores históricos, sociais, religiosos, estéticos e gastronômicos que fazem o ofício das baianas de acarajé. A indumentária das baianas constitui também um forte elemento de identificação desse ofício que, para muitas delas, simboliza a iniciação religiosa das baianas.

A roupa da baiana também reúne elementos visuais do barroco da Europa por meio dos seus muitos bordados e rendas. É uma indumentária multicultural, do azeite de dendê, que envolve diversos elementos como o pano engomado, o tradicional richelieu, o perfume de alfazema, a figa e os brincos de búzio, somados ao jeito alegre de ser da baiana.

Essas chamadas “roupas de Gala” são mais utilizadas em dias de festas populares, cortejos e em receptivo. Ganham ainda Pano da Costa, e hoje adicionaram até panos com brilho, além das tradicionais figas, colares maiores, pulseiras e anéis.

No tabuleiro da baiana tem que ter: acarajé, abará, vatapá, caruru, camarão, salada e pimenta, além da cocada, bolinho de estudante e a passarinha. No início só era vendido apenas o bolinho com a pimenta.

O Acarajé

O acarajé é um quitute típico da gastronomia afro-brasileira e consiste em um bolinho frito, com massa de feijão-fradinho, cebola e sal, frito em azeite de dendê; pode ser recheado com vatapá, camarão, pimenta ou caruru. Era uma comida destinada aos orixás, conhecida como acará e sua importância na cultura rendeu o título de Patrimônio da Humanidade pelo Instituto do Patrimônio e Artístico Nacional em 2005.

Fonte: Palmares e Salvador Bahia

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