![]() |
| Foto: site Bahia Informa 24hs |
Segundo o Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), o primeiro semestre deste ano, os roubos em coletivos cresceram 0,3% em Salvador. As ocorrências em oito bairros da cidade aumentaram chegando a 50%. “A migração para os bairros é pelo fato do maior policiamento ostensivo nos chamados corredores, vias de maior fluxo de veículos, como Paralela, Bonocô. Então, os bandidos estão optando pelos bairros mais afastados, onde o policiamento ostensivo, feito pela Polícia Militar, é mais reduzido”, explicou Eustáquio Lopes, presidente do Sindpoc.
Ele disse que, apesar das limitações estruturais, policiais civis têm conseguido resultados satisfatórios. “Mesmo com efetivo pequeno, estamos conseguindo identificar e elucidar os casos. Graças aos últimos concursos, temos hoje no quadro funcional engenheiros, arquitetos, analista de sistema, profissionais que estão utilizando suas formações para o trabalho de inteligência. Precisamos recompor o efetivo para trazer melhores resultados para população”, declarou Lopes. A Polícia Civil tem hoje 7 mil servidores – o ideal seriam 11 mil.
Para o Sindicato dos Rodoviários da Bahia o aumento nos crimes é perceptível. "Apesar da atuação do GERRC, inegavelmente a gente sentiu o aumento. O roubo não é setorizado, acontece em toda a cidade, seja bairro periférico ou não. O estado não é garantidor universal e os rodoviários que ficam em perigo. É uma das profissões mais estressantes", afirma Pedro Celestino, diretor jurídico adjunto e advogado da entidade. Para o representante, os assaltos acabam se tornando um dos principais motivos que afetam negativamente os profissionais. "Tem muito profissional que passa por estresse pós-traumático, que tem depressão, que precisa até se afastar do trabalho", conta.
Para buscar uma mudança no cenário, Celestino explica que o órgão sindical tem acionado as autoridades responsáveis. "O sindicato tem cobrado da secretária de segurança, da polícia, de quem tem essa responsabilidade de garantir a segurança não só dos rodoviários, mas também dos usuários. Tem que haver mais ações preventivas, abordagens nos pontos e aos ônibus. Isso parou e é uma falha", opina.
O bairro de Pernambués é o campeão de ocorrências, acumulando 76 casos entre janeiro e 23 de junho. No ano passado, foram 44 no mesmo período, o que representa 32 casos a mais e um crescimento de 72,7%. “Isso porque no entorno do bairro tem o Shopping da Bahia, Shopping Bela Vista e Salvador Shopping, que são três grandes centros comerciais, a estação rodoviária e duas estações do metrô. Com tudo isso, se tem um fluxo imenso de pessoas, o que desperta a atenção dos criminosos”, disse o policial civil Paulo Braga, investigador do Gerrc.
Os dados mostram que a região que teve o maior aumento no percentual de ocorrências foi o bairro de Amaralina, que saltou de 13 para 32 assaltos, o que significa um aumento de 146,2%, seguido do Caminho das Árvores, com um aumento de 125% (pulou de 16 para 36 ocorrências). “A primeira situação, Amaralina, diz respeito a um trecho de 1 quilômetro, a Avenida Visconde de Itaboray. Os bandidos anunciam o assalto no início da via e antes do fim dela descem e vão para a região do Nordeste de Amaralina. Estamos trabalhando lá. Já a segunda situação, o Caminho das Árvores é uma questão de aproximação com a região de grande fluxo, como a Avenida Tancredo Neves”, explicou Braga.
O bairro vice-campeão em ocorrências é o Granjas Rurais Presidente Vargas, com 42 casos registrados de janeiro deste ano até o dia 23 de junho. No ano passado, no mesmo período, foram 27 casos – houve um crescimento de 55%.
No campo oposto, Plataforma (-41,9%), Bom Juá (-29,6%), Rio Vermelho (-28,1%), São Caetano (-15,4%) e Brotas (-14%) estão entre os locais onde houve quedas no número de ocorrências.
Modus Operandi
Braga disse que tem notado o crescimento no registro da ação de bandidos de outras cidades em Salvador. “Conseguimos recuperar alguns celulares em Simões Filho e Candeias. Isso porque os criminosos acham que roubar fora de suas cidades dificulta a localização deles, o que não é verdade. A prova disso são as prisões”, contou Braga.
Ainda de acordo com o investigador, existem três períodos durante o dia onde estão concentrados o maior número de assaltos em coletivos. Pela manhã, entre 6h e 8h. “É a hora que todo mundo sai de casa para ir trabalhar”, disse Braga. Outro horário é entre 12h e 14h. “Normalmente é quando há uma redução do policiamento ostensivo resultado do horário de almoço dos policiais”, comentou. O terceiro e último período de maior concentração de roubos a coletivos é entre 18h e 20h. “Ocasião em que as pessoas estão retornando para suas casas”, concluiu. Também podemos notar que houve um aumento de mulheres assaltantes de ônibus.
De acordo com a Polícia Militar “são realizados trabalhos preventivo e repressivo de forma ostensiva durante 24 horas em toda cidade. Cada unidade é responsável por uma determinada região e conta com o apoio de especializadas como a Rondesp, Operação Gêmeos, Operação Apolo e Esquadrão Águia. Faz parte do trabalho preventivo as abordagens em pontos de ônibus e passarelas realizadas por policiais militares das unidades correspondentes ou especializadas. [...] As ações policiais contam com o sistema de reconhecimento facial da Secretaria da Segurança Pública (SSP), através das imagens geradas pelas câmeras integradas, localizadas em algumas das principais vias da cidade que ajudam na identificação de criminosos”, diz nota.
[...] Portanto, a PM ressalta a importância do cidadão efetuar o registro na delegacia, já que a corporação trabalha em parceria com a Polícia Civil, responsável pela investigação dos crimes”.
Fonte: Correio 24 horas

Comentários
Postar um comentário